quarta-feira, 11 de abril de 2018

O Bestiário Particular de Parzifal - Recomendação

Hoje vamos recomendar mais um quadrinho nacional: O Bestiário Particular de Parzifal de Hiro Kawahara


Parzifal nasceu e cresceu na floresta criada por sua mãe que, quando descobriu que estava grávida, consultou uma cartomante, que lhe disse que a sua filha teria uma vida muito sofrida.
Ao tentar evitar esse destino, ela criou Parzifal isolada do mundo, achando que assim pouparia sua filha dessa sina terrível, mal sabendo que, ao fazer essa escolha, estaria justamente encaminhando a menina para uma vida de dificuldades.
Ao crescer sem pai ou convívio social, tendo apenas uma mãe mal orientada como referência, Parzifal criou muitos amigos imaginários, que lhe serviam como parâmetro de agir no dia a dia, alguns sendo amorosos e outros mais rigorosos.  
Esses amigos a acompanham até sua fase adulta, quando ela engravida e se vê obrigada a sair da floresta para buscar auxílio.
Depois disso a história possui cortes, exibindo as raras vezes em que Parzifal volta pra floresta com suas filhas. Uma dessas ocorre num momento muito difícil em que sua filha mais nova está doente e ela não tem mais a quem recorrer exceto seus amigos imaginários, na esperança de que eles a curem.
A história é delicada, trabalhando muito com a fantasia e as consequências dela. Abordando até que ponto a imaginação pode interagir com a nossa realidade sem que isso tire nosso senso de responsabilidade e maturidade. O quanto uma pessoa mal instruída e sem ideia de limites pode crescer sem orientação para enfrentar problemas do cotidiano? E principalmente, tentar fugir de um problema pode nos levar diretamente pra ele.


Essa história tem muitas lições não tão subliminares, mas ainda assim, poderia ter algo mais. Muito do que sabemos sobre a obra é o que o autor nos explica e não o que a história explica por si só e nesse ponto senti que a obra falhou.
Detalhes de como foi a infância da personagem ou como ela engravidou e momentos agradáveis de interação dela com as filhas. Sinto que o autor foi rigoroso demais com a Parzifal, se concentrando nos momentos de frustração e melancolia e deixando de lado a beleza da fantasia que ela mesma criou.
De uma forma geral é uma obra triste, mas carregada de mensagens; e com certeza é um desfrute para os olhos, com o traço delicado e belíssimo do Hiro Kawahara.
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