Parzifal
nasceu e cresceu na floresta criada por sua mãe que, quando descobriu que
estava grávida, consultou uma cartomante, que lhe disse que a sua filha teria
uma vida muito sofrida.
Ao
tentar evitar esse destino, ela criou Parzifal isolada do mundo, achando que
assim pouparia sua filha dessa sina terrível, mal sabendo que, ao fazer essa
escolha, estaria justamente encaminhando a menina para uma vida de
dificuldades.
Ao
crescer sem pai ou convívio social, tendo apenas uma mãe mal orientada como
referência, Parzifal criou muitos amigos imaginários, que lhe serviam como
parâmetro de agir no dia a dia, alguns sendo amorosos e outros mais rigorosos.
Esses
amigos a acompanham até sua fase adulta, quando ela engravida e se vê obrigada
a sair da floresta para buscar auxílio.
Depois
disso a história possui cortes, exibindo as raras vezes em que Parzifal volta
pra floresta com suas filhas. Uma dessas ocorre num momento muito difícil em
que sua filha mais nova está doente e ela não tem mais a quem recorrer exceto
seus amigos imaginários, na esperança de que eles a curem.
A
história é delicada, trabalhando muito com a fantasia e as consequências dela. Abordando até que ponto a imaginação pode interagir com a nossa realidade sem que isso
tire nosso senso de responsabilidade e maturidade. O quanto uma pessoa mal
instruída e sem ideia de limites pode crescer sem orientação para enfrentar
problemas do cotidiano? E principalmente, tentar fugir de um problema pode nos
levar diretamente pra ele.
Essa
história tem muitas lições não tão subliminares, mas ainda assim, poderia ter algo
mais. Muito do que sabemos sobre a obra é o que o autor nos explica e não o que
a história explica por si só e nesse ponto senti que a obra falhou.
Detalhes
de como foi a infância da personagem ou como ela engravidou e momentos
agradáveis de interação dela com as filhas. Sinto que o autor foi rigoroso
demais com a Parzifal, se concentrando nos momentos de frustração e melancolia
e deixando de lado a beleza da fantasia que ela mesma criou.
De
uma forma geral é uma obra triste, mas carregada de mensagens; e com certeza é
um desfrute para os olhos, com o traço delicado e belíssimo do Hiro Kawahara.
Se
você quiser adquirir a obra física e acompanhar aonde tem sessões de autógrafo,
basta acessar a página:
Nenhum comentário:
Postar um comentário