quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Armon Entrevista: Wilson Kohama

Yay! Como vai, pessoal?

Chegamos ao último Armon Entrevista do ano e vamos fechar com chave de ouro! Aliás, como esse ano passou rápido, não acham? Num piscar de olhos chegamos em dezembro! O Estúdio completou 2 anos e nesse tempo entrevistamos muita gente boa! Muitos desenhistas que nos inspiraram a começar nossas histórias e esse mês temos um representante de uma das iniciativas que foram peça chave para o Estúdio Armon: Wilson Kohama, da Editora Crás.

A Crás Editora sempre fez vídeos no YouTube com o seu editor-chefe Thiago Spyked dando dicas sobre como fazer quadrinhos e começamos a fazer os nossos com o intuito de entrar nela. Mas acabamos tomando rumos diferentes e hoje é um prazer entrevistar o Wilson, autor de World Police, Anjos da Mata e Podium GP, três das obras de mais destaque da Crás. Vamos ler a entrevista?


Estúdio Armon: Antes de mais nada, eu gostaria de dizer que é um prazer finalmente entrevistar alguém da Editora Crás que eu tenho acompanhado desde os primórdios e que tem me ajudado tanto com vídeos e exemplos de como se produzir quadrinhos. Como é fazer parte dessa iniciativa?
Wilson Kohama: Primeiramente eu fico lisonjeado com essa entrevista. A Editora Crás é uma iniciativa que o Thiago Spyked teve e que teve eu, o Roberto e a Valéria como primeiros colaboradores. Mais Tarde chegou o Thales Gaspari, o Thiago Pedrosa e a Merodii. A princípio, serviu para viabilizar o nosso processo de produção, e também a participação em eventos, mas o objetivo nosso é maior que isso.

Armon: Qual o seu papel dentro da Crás? Tem liberdade total de criação?
Kohama: Nós, dentro da Crás, temos o papel principal de sermos autores de nossos projetos, e também ajudamos o Spyked em eventos de quadrinhos e animes, para vendermos os nossos quadrinhos e afins (produtos derivados dos quadrinhos). Como autores, temos liberdade de criação, apesar de o Thiago ter um papel de editor chefe, e cada obra passa por sua aprovação.

Armon: Sua principal obra é World Police até agora. Como teve a ideia para criá-la? Quais são seus outros trabalhos?
Kohama: World Police foi meu início na Crás, em 2007, mas já tinha sido criado em 2003, e só em 2005 decidi vender como fanzine no inicio. Tive a idéia de criar personagens que fugissem da idéia de que tudo tem que se passar no Japão ou Estados Unidos, e que se passasse aqui no Brasil, em São Paulo. Se observar bem, as localidades são muito fáceis de reconhecer, como o MASP, Estação da Luz... E os heróis são brasileiros.
Teve também o Anjos da Mata, one shot criado em 2009.
Atualmente trabalhei num novo projeto, o Podium GP...

Armon: Qual foi o processo de criação, desde a ideia até o gibi pronto?
Kohama: Bom, partindo da idéia principal, não tive muitos problemas em criar o roteiro, e também os layouts. O maior problema na primeira impressão foi a arte final, pois eu não tinha photoshop na época e retícula é algo que não é mais fabricado no Brasil há muito tempo. Então comprei algumas com diferentes texturas no curso de desenho e tirava Xerox pra garantir que sempre teria aquelas retículas... Mas depois com o photoshop ficou mais fácil...
As capas passaram por um processo de reformulação umas três vezes até chegar ao formato atual.

Armon: Como surgiu a vontade de criar suas próprias histórias?
Kohama: Bem, surgiu em meados de 1995 quando eu frequentava a ABRADEMI (Associação Brasileira de Mangá e Ilustrações), dali me familiarizei com a idéia de desenhar quadrinhos, com o concurso Mangacon. E também dali que comecei a freqüentar a Escola de Desenho Atelier.

Armon: E o seu primeiro contato com quadrinhos, como foi?
Kohama: O primeiro contato mesmo foi quando a Record exibia Speed Racer e na Manchete passava o Yamato (Patrulha Estelar), dali fui tomando gosto por desenhos japoneses. E com HQs americanas foi com os heróis da Marvel, Homem Aranha, Capitão América...

Armon: Recentemente você criou juntamente com o Maurício Moreira, a HQ Podium GP. Conte-nos um pouco sobre esse projeto.
Kohama: Esse eu fiz em parceria com outro desenhista, Maurício Moreira (que não está na Crás, apenas foi co-autor dessa obra). Nesse gibi eu quis fazer um de esporte, que praticamente não existe no Brasil, feito por brasileiros, seguindo a linha do Slam Dunk, mas com automobilismo como tema. Como eu sou grande fã de fórmula 1 e do Ayrton Senna, e o Maurício tem um baita conhecimento técnico de F1, pudemos fazer um bom roteiro. No começo pensávamos em fazer o gibi parcialmente colorido, como nos mangás japoneses, com algumas coloridas nas primeiras páginas e o resto preto e branco. Porém, o Thiago achou tão bom o resultado da coloração com as Copics (marcadores) que decidimos imprimir todo colorido. Foi trabalho triplicado!!! (Risos) E eu fiquei ajudando no roteiro e fiz toda a parte da arte final, enquanto o Mauricio vinha com os argumentos e também com o desenvolvimento do roteiro. A parte da edição ficou a cargo do Spyked e o pessoal da Crás.

Armon: Como é fazer um mangá automobilístico? Tiveram muitas dificuldades?
Kohama: Tivemos algumas dificuldades, pois não tínhamos muitas referencias em termos de quadrinhos, mas no fim das contas com a ajuda do Mauricio e incentivo dos colegas da Crás conseguimos fechar um bom roteiro.

Armon: Quais são suas maiores referências que inspiram seu trabalho?
Kohama: As maiores referências: Houjo Tsukasa (City Hunter), Takehiko Inoue (Slam Dunk e Vagabond), Tetsuo Hara (Hokuto no Ken), Will Eisner (Spirit), J. Scott Campbell (Danger Girl), Mike Deodato (Marvel) e claro, Mauricio de Souza, que qualquer desenhista nacional almeja chegar onde ele chegou.

Armon: Quais são os planos para o futuro? Pode nos adiantar alguma coisa?
Kohama: Temos vários projetos pela Crás que ainda são segredo... (Risos)

Armon: Quem quiser conhecer mais do seu trabalho, pode encontrá-lo onde? Deixe seus links de contato.
Site da Editora Crás: http://www.editoracras.com.br
E-mail para contato: beatspubli@hotmail.com


Armon: Para finalizar, quer deixar uma mensagem para os fãs do seu trabalho e da Crás que também sonham em seguir os quadrinhos como profissão?
Kohama: Tem uma frase do Senna que acho que sintetiza tudo o que tenho para passar aos fãs e que está no Podium GP inclusive...
“Seja quem você for, seja qualquer posição que você tiver na vida, do nível altíssimo ao mais baixo nível social, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e faça tudo com muito amor e muita fé em Deus... Que um dia você chega lá, de alguma maneira você chega lá.”


***

Então é isso!
Curtiram a entrevista? O Wilson Kohama foi bem gentil com a gente e é um ótimo exemplo de artista que nunca desiste dos seus objetivos. Ficamos orgulhosos de esta ser a entrevista que fecha o ano de 2014 com chave de ouro e parabenizamos ele por todo o esforço. Também parabenizamos a Editora Crás por sempre surpreender o mercado de quadrinhos e movimentar tantos novos artistas com suas dicas e materiais.
Até a próxima!

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