quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Armon Entrevista: Cassius Medauar

Fala galera!

O ano de 2015 começou com tudo para o Estúdio Armon com vários projetos em andamento e muita coisa boa reservada para esse ano! Nós acabamos de voltar de férias e colocaremos a mão na massa novamente. Para começar o ano com o pé direito na chave de ouro, trazemos um entrevistado que há meses eu queria trazer. Ele é o cara por trás da editora de mais destaque entre as publicações de mangás no Brasil, ele é o eterno editor do dragão do mangá Dragon Ball, ele diz que Sailor Moon é melhor que Naruto, ele é Cassius Medauar!

Ele já passou pelas editoras Abril e Conrad onde começou sua fama entre os colecionadores de mangás que sempre viam comentários extrovertidos no editorial. Quando assumiu a Editora JBC, fez dela a editora mais fluente quando o assunto é mangás, revolucionando seu conteúdo e arriscando trazer títulos que ninguém tinha coragem, dando espaço para o artista brasileiro e transformando sua passagem por lá em um legado. Vamos conhecer um pouco de Cassius Medauar!

Estúdio Armon: Antes de começar, gostaria de dizer que é uma honra imensa ter o eterno editor do dragão aqui no nosso Estúdio. Acompanhamos seu trabalho como editor há anos, mas sempre ficamos curiosos para saber como começou sua carreira nesse ramo. Como foi?
Cassius Medauar: Bom, fiz jornalismo na Casper Libero e, um dia, respondi a um anuncio de vaga na Abril Jovem para atendimento ao leitor, passei e comecei. Quatro anos depois, um amigo dos tempos da Abril foi chamado pela Conrad, não aceitou e me indicou, e assim entrei na Conrad em 2000.

Armon: Acompanhando suas entrevistas e vídeos, claramente percebemos que além de trabalhar com quadrinhos, você é realmente apaixonado por essa arte. Qual foi seu primeiro contato com quadrinhos? Como essa paixão despertou?
Cassius: Bom, sou leitor e colecionador desde pequeno, minha mãe sempre me incentivou a ler desde pequeno e eu lia Turma da Monica, Super Heróis, Asterix e tudo o que aparecia na frente. E também adorava Ultraman, Ultraseven, Phantomas, a Princesa e o Cavaleiro. Hoje em dia tenho mais de 20 mil revistas na minha coleção.

Armon: Como surgiu a oportunidade de trabalhar na Editora JBC? Como é a sua rotina de trabalho?
Cassius: Eu estava trabalhando apenas como tradutor de livros quando o Del Greco decidiu sair da JBC. Eles então vieram falar comigo, fizeram uma proposta, negociamos por um tempo e deu tudo certo.
Ah, trabalhamos horários normais aqui, 9 as 19 h, e cada dia tem uma coisa, aprovar capas, revisar e preparar os textos, fazer matérias pra Henshin, divulgar nossas coisas e muito mais. Gerencio toda a parte editorial da Editora.


Armon: Como gerente de conteúdo, você é um dos responsáveis por escolher os títulos que a editora publicará. Pode nos contar como é feita essa escolha de novas publicações?
Cassius: Muitas coisas influenciam. Anotamos tudo que nos é sugerido, tabulamos, todo mundo que trabalha aqui curte mangás e faz sua listinha. Escolhemos pela qualidade da historia e do desenho, se está/fez sucesso no Japão, se tem animê, quantos volumes tem, tudo isso conta na nossa decisão.

Armon: Falando em nível mundial, qual desenhista e qual obra em quadrinhos você acha que são as melhores?
Cassius: Putz, muito difícil dizer. Tem muita coisa boa e eu adoro quadrinhos de todas as partes do mundo. Alguns dos meus preferidos são Cavaleiro das Trevas, Planetary e Corto Maltese, por exemplo, mas também adoro One Piece e Magi.

Armon: Muitos desenhistas independentes alegam que o mercado de trabalho nacional de quadrinhos é um caminho tortuoso. Você compartilha essa opinião? Por que acha que o leitor brasileiro é tão fechado ao conteúdo nacional?
Cassius: Acho que hoje em dia, quem quer faz quadrinhos. As oportunidades nunca foram tão grandes. Muitas editoras publicam artistas nacionais, a JBC tem o seu concurso, o BMA, existe a internet, o Catarse e outros sites de financiamento coletivo, muita gente publica independente. Basta ir atrás e fazer. Mas claro que se a pessoa ficar comparando com o Japão vai achar a coisa tortuosa. Nunca seremos iguais a eles, pois nossos países são muito diferentes.

Armon: Você e toda a Editora JBC estão trabalhando duro para alavancar o cenário de quadrinhos e mangás no Brasil. Não é a toa que desde que você assumiu a gerência de conteúdo, a JBC se tornou autoridade máxima nesse ramo, inclusive para artistas nacionais. Como surgiu a ideia para a realização do Brazil Mangá Awards e como foi acompanhar as obras recebidas?
Cassius: Essa ideia já existia na JBC, mas acabou sendo lançado o ano passado e posto em prática este ano porque achamos que o mercado estava maduro o suficiente para um concurso desse tipo, e para comemorar os 18 anos da JBC.
Foi bem legal ver quem estava mandando e querendo participar, vimos de tudo um pouco por aqui. Mas acho que este primeiro ano foi o mais “fácil” da pessoa ganhar, acredito que nos próximos a competição ficará muito mais acirrada.

Armon: Agora falando um pouco do Cassius Medauar. Além de quadrinhos, você também é muito fã de futebol. Qual time torce? Joga bem? Em qual posição? (Risos)
Cassius: Opa, eu adoro esportes em geral, inclusive gosto muito de surfar também. E sim, adoro jogar bola, jogo toda semana, sou goleiro, fui federado em futsal na adolescência e torço pro São Paulo.

Armon: Você acompanha algum mangá ou quadrinhos periodicamente? O que mais gosta de ler?
Cassius: Acompanho coisas pacas. Procuro saber de tudo que tá saindo e tento ler as melhores coisas. Leio tudo da JBC, claro, e também One Piece, Naruto e vários outros, leio muita coisa independente, adoro os títulos da Balão Editorial e da Zarabatana.

Armon: Quais são suas ambições pessoais e profissionais? Pode nos contar algum plano para o futuro da Editora JBC?
Cassius: Ah, bom, continuaremos a surpreender e a trazer coisas diferentes do que a galera está acostumada. Não posso falar muito mais do que isso.

Armon: Muito obrigado pela entrevista e se puder, deixe um breve recado para os amantes de quadrinhos e mangás que querem trabalhar nesse meio assim como você.
Cassius: Bom, agradeço pela entrevista. Meu recado é leia, leia muito e de tudo. Jornais, revistas, livros e todos os tipos de quadrinho. Estude muito, vá atrás de seus sonhos, mas tente também saber quais são suas limitações e onde você conseguirá se encaixar!

Armon: Foi uma honra ter você como nosso convidado. Obrigado pela entrevista! Sucesso!
Cassius: Valeu. Abraços a todos!!



***

Fiquei muito contente quando o Cassius aceitou o convite para a entrevista. Há tempos eu queria bater um papo com ele, afinal, acompanhamos o trabalho dele desde a época da Conrad e é sem dúvida uma referência para nós. 

Nós desejamos sucesso para a Editora JBC que cresce cada vez mais e está sempre surpreendendo como o Cassius disse ali em cima e também para o próprio, para que sua carreira seja cada vez mais vitoriosa e cheia de conquistas.

Um forte abraço e até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário