E aí, beleza?
Agosto passou voando, não é mesmo? Setembro vai ser um mês de mudança para o Estúdio Armon. Prestes a completar 2 anos de existência, perdemos membros recentemente e também ganhamos novos. Finalizamos séries e também começamos novas. Estamos trabalhando em novas histórias também e assim tudo se renova. Voltamos a ter pontos de vendas de impressos e um deles é a já conhecida Gibilândia da qual o dono é o nosso entrevistado de hoje: Pedro Leonelli!
Pedro além de ter uma das profissões que todos nós, amantes de quadrinhos, queríamos ter: Ser dono de uma loja de quadrinhos, também é ilustrador e foi um dos vencedores do Brazil Manga Awards, o concurso nacional de mangás da Editora JBC, juntamente com a sua namorada Dharilya. Com uma história surpreendente que mescla dois traços diferentes, "Entre Monstros e Deuses" será lançado na antologia Henshin Mangá nesse mês de setembro e nós ouvimos do Pedro, como é ser um dos vencedores! Vamos ler a entrevista?
Estúdio Armon: Olá Pedro! Para
começar a nossa entrevista, vou fazer a mesma pergunta que faço para todos os
entrevistados. Como começou a sua paixão por quadrinhos?
Pedro Leonelli: Então, sempre gostei de Histórias
em quadrinhos. Começou com Turma da Mônica no início dos anos 90... Depois expandi
para super-heróis, mangás, europeus...
Armon: Você é ilustrador,
trabalha com gibis e é dono da maior loja de quadrinhos da região de Presidente
Prudente. Como conciliar tudo isso?
Pedro: Confesso que nos últimos anos
tenho desenhado pouco. Basicamente só desenho quando tenho que entregar algum
trabalho. Atualmente me dedico mais a Gibilândia, a loja de quadrinhos. Levo o
desenho mais como um trabalho de oportunidade. Às vezes surge algum e faço. Até
agora tem sido tranquilo.
Armon: Como é ser dono de
uma loja de quadrinhos como a Gibilândia?
Pedro: Não vou mentir, é ótimo! Tenho
bastante liberdade (já que sou o meu chefe), conheço pessoas legais e trabalho
com aquilo que mais gosto: gibis!
Armon: Como a Gibilândia
começou?
Pedro: Antes eu trabalhava como designer
gráfico, atuei por 5 anos na área. Mas quando vi a oportunidade de abrir uma
loja de quadrinhos aqui na minha cidade, juntei tudo que eu tinha e fui de
cabeça! Hoje posso dizer que estou feliz com as decisões que fiz, mas no
começo, como de qualquer negócio, foi bem difícil.
Armon: Agora falando do
seu trabalho, você divulga diversas ilustrações no Facebook. Quais são os
trabalhos mais você realiza em relação a desenho?
Pedro: Ando desenhando pouco. Além das
caricaturas e ilustrações, participei de algumas collabs de desenhistas, dessas
que juntam vários artistas e cada um desenha um personagem sorteado... Uma do
Digimon (essa contou com mais de 100 artistas foi bem legal), uma dos
Cavaleiros do Zodíaco e a mais recente dos X-Men que ainda está pra lançar.
Armon: Você foi um dos vencedores do BMA com a sua história “Entre Monstros
e Deuses”. Como foi a confecção dessa história desde o começo?
Pedro: Fiz esse quadrinho com a Dharilya.
Há muito tempo queríamos fazer uma obra juntos. Sempre tive um fetiche de
desenhar em 2.... Como aquele quadrinho “fusão” do Wolverine que era feito pelo
Jon J. Muth e pelo Kent Williams. Na época tinha acabado de ler Asterios Polyp do David Mazzucchelli e misturar dois estilos de desenho
numa mesma história parecia desafiador! A princípio essa era a ideia, fazermos
um quadrinho a dois! Na época a JBC anunciou o concurso do BMA e decidimos
participar dele!
Armon: Você esperava ser
um dos vencedores? Qual foi a sensação quando soube?
Pedro: No começo eu estava bem confiante,
mesmo sem roteiro a ideia de juntar 2 desenhistas em uma história me parecia
bem promissora. Mas foi muito mais tumultuado que pensei... Começamos a desenhar
faltando menos de 20 dias para entregar, a Dharilya estava no mês de entrega do
TCC dela. No final das contas o material não ficou com a qualidade que
imaginávamos e quando vi que nossa inscrição era a de final 201 eu já estava
bastante inseguro... 201 trabalhos inscritos até aquele momento é muita coisa!
Fiquei bastante surpreso e feliz quando soube que nosso quadrinho tinha sido um
dos escolhidos.
Armon: O que significa “desenhar” em sua opinião?
Pedro: Pra mim é um meio de
comunicação... Uma tentativa de apresentar uma ideia com uma imagem. Pode
parecer meio simplório, mas atingir esse objetivo é bem mais complicado do que
parece...
Armon: Quais são os
autores que você tem como referência? Pode citar nacional ou internacional.
Pedro: Gostar, eu gosto de vários! Mas os mais próximos são os
que mais inspiram, por compartilhar uma realidade mais parecida com a minha...
Sou muito fã do Pietro (www.facebook.com/pietroant)...
Do
Ricardo Mango (www.facebook.com/ricardomango)...
E claro, da Dharilya (www.facebook.com/Dharilya)...
...com quem fiz o Entre Monstros e Deuses... Mais que ganhar o concurso a minha
maior felicidade foi dividir um trabalho com ela! Existem muitos outros que admiro também, principalmente da
época que participava mais ativamente de fóruns no finado Orkut... Tem muita
gente nova e talentosa dando as caras atualmente!
Armon: Você costuma
acompanhar quadrinhos nacionais? Cite alguns que você leu e que valeram a pena.
Pedro:
Vamos lá, às dicas:
Atualmente
a série Graphic MSP é a nata dos quadrinhos nacionais. Reúne os melhores
autores com uma abordagem inusitada da maior franquia de quadrinhos nacionais!
Junto a esse dou destaque também para a trilogia MSP 50.
Das
publicações independentes recomendo:
Bando
de Dois, São Jorge e Necronauta do Danilo Beyruth, tudo do cara é genial!
Outra
publicação recente que merece destaque é o Valente, do Vitor Cafaggi... O cara
tem uma sensibilidade invejável!
Também
gostei muito dos trabalhos do Rafael Koff (Cuecas por Cima das Calças e Tirinhas
do Zodíaco).
Dos
mais antigos eu indicaria Xampu do Roger Cruz (Sério, é uma das melhores coisas
que já li, não só em termos nacionais) e Mesmo Delivery do Rafael Grampá!
Vale
aqui uma menção honrosa para Holy Avenger (do Marcelo cassaro e da Erica Awano),
Hypercomix (do João Vicente) e Street Fighter (do Arthur Garcia e Alexandre
Nagado) pelo saudosismo...
Já ia
esquecendo! Tem “Monstros” do Gustavo Duarte que é épico! Pânico no José Walter
do Talles Rodriguez é um quadrinho jornalístico muito, muito, muito bom também!
Vou
parar por aqui. (Risos)
Arte por Dharilya Rodrigues |
Armon: Quais são os projetos para o futuro, após o lançamento
da Henshin Mangá da JBC, onde sua obra será vista por milhares de pessoas?
Pedro: No momento não tenho nada
planejado...
Armon: Quem quiser
conhecer mais sobre seu trabalho, pode encontrá-lo ou contratá-lo onde?
Armon: Para finalizar,
deixe um recado para pessoas que seguem esse sonho de trabalhar com quadrinhos
e estão na luta.
Pedro: O mais importante é gostar do que faz! Trabalhar com
quadrinhos não é fácil! É muito trabalhoso e nem sempre temos o retorno que
desejamos. Mas não tem muitos segredos é só insistir. A internet abre muitas
portas!
O único conselho que dou é procurar ficar mais informado
sobre o mercado nacional! Não adianta querer ser desenhista de HQ no Brasil e
só conhecer algumas poucas franquias “gringas”... É muita inocência achar que
dá pra fazer uma Shonen Jump ou uma Marvel no Brasil... Nossos públicos são
diferentes nosso mercado editorial é diferente.
Então se você quer ser desenhista de quadrinhos nacionais,
saiba o que é produzido no Brasil, leia obras nacionais, Prestigie nossos
autores! E seja melhor que eles XD.
***
Arte por Dharilya Rodrigues |
É isso aí, galera! Curtiram a entrevista?
O Pedro é um cara gente boa que conheci nos eventos aqui da região de Presidente Prudente e está sempre tranquilo. É um grande parceiro e espero que sua história tenha uma grande repercussão! Estou super ansioso para ler "Entre Monstros e Deuses" e faço questão de divulgar o trabalho desse cara pois é de um capricho enorme!
Sucesso, cara!
Abraços e até a próxima!
Se existe uma pessoa merecedora de todo sucesso do mundo, é o Pedro! Parabéns, super orgulhosa desse meu amiguinho! n_n
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