Fala galera, tudo certo?
Seu principal trabalho é Dr. Monstro, uma história composta por várias tirinhas sobre um cientista doidão que cria um robô teimoso. Ele é formado pela EBAC, uma escola de desenhos renomada no interior.
Vamos à entrevista?
Estúdio Armon: Olá, Paulo! Vamos começar a entrevista com uma pergunta que nós sempre fazemos aos entrevistados. Qual foi o primeiro contato que teve com quadrinhos e como entrou nesse mundo?
Paulo Alberto: Começou quando eu tinha 5 anos, meu pai me trazia gibis da Turma da Mônica e de Super-Heróis. lembro que ficava tentando copiar os desenhos, sem sucesso, hehe!
Com 12 anos eu comecei e desenhar meus próprios quadrinhos. Aos 14, eu entrei na Escola EBAC, de Presidente Prudente, onde comecei a estudar desenho e a levar á sério.
Armon: Em sua opinião, como seria um mundo sem histórias em quadrinhos?
Paulo: Seria muito chato. Apesar de também ler livros, eu ainda acho que as HQ's são um ótimo meio de comunicação e entretenimento.
Armon: Seu principal trabalho é Dr. Monstro, uma série de tirinhas de humor sobre um cientista doidão e seu robô. Como surgiu a ideia de fazer essa série?
Paulo: O tema "robôs" sempre me fascinou. Eu assisti muitos filmes e desenhos sobre ficção científica. e o cientista maluco e sua criação é um clássico. Mas pra virar uma comédia, eu precisava fazer mais que isso.
Decidi fazer de Frank um robô desobediente e encrenqueiro. Depois de fazer 15 tiras mostrei pra um jornal local, mas recusaram. aí decidi publicar em eventos e depois na web. Dr monstro tem 160 tirinhas.
Armon: Nos conte também sobre Sing, outra obra original sua.
Paulo: Essa eu criei antes do dr Monstro, em 2008. Foi um ano muito difícil. Minha mesa era muito desconfortável, não conseguia ficar mais do que 2 horas desenhando por noite.
Eu não tinha nenhuma noção de arte-final em computador, por isso até as letras eu fazia à mão. Mas eu gostei muito de desenhar Sing e suas 130 páginas. Este título terá em breve sua versão online no meu blog Paulo Comics.
Armon: Você é um desenhista bastante conhecido no interior de São Paulo, uma região que é difícil ter algum destaque. Faça um resumo de como foi sua escalada para chegar até onde está hoje.
Paulo: Ainda não fiz muito por aqui. Sempre tive consciência de que os quadrinhos serão apenas uma consequência. dos trabalhos que surgem pra mim, como desenhista, são caricaturas, ilustrações e o principal, aulas de desenho.
Armon: Nos fale um pouco sobre Kolumbos, o projeto que realizou com outros desenhistas de Presidente Prudente.
Paulo: Foi legal produzirmos uma HQ em grupo, dividindo o trabalho, o meu foi arte-finalizar com pena e nanquim. Nosso único lamento foi demorar 8 meses pra concluir, devido a algumas discussões e perda de contato... Mas foi legal, gostei da ideia de um conto policial no centro de Prudente.
Armon: Sua história mais recente é “O herói que não salvou o mundo”. Como surgiu a ideia de fazê-la?
Paulo: Ah, eu sempre fui fã de super-heróis. Especialmente os protagonistas de séries tokusatsus, como Jaspion, Changeman, e outros.
Então tive a ideia de satirizar o gênero. Eu, particularmente, fiquei muito satisfeito com esta HQ. Até agora foi a melhor que eu fiz, e já está no blog. (Leia aqui: http://paulocomics.blogspot.com.br/2013/10/o-heroi-que-nao-salvou-o-mundo.html)
Armon: Comente sobre outros trabalhos que já realizou.
Paulo: Eu leciono desenho pra crianças e jovens no Centro Cultural Matarazzo em Prudente-SP desde de agosto de 2011. Além de expor em eventos, também recebo algumas encomendas de caricaturas e ilustrações. Posto meus desenhos semanalmente no Facebook e no meu blog Paulo Comics, na tentativa de divulgar o trabalho.
Armon: Como é o seu processo de criação e quais materiais você usa? Desde a ideia na cabeça até ela estar finalizada nas mãos do leitor.
Paulo: Primeiro eu queimo (e muito) os meus neurônios pra escrever o roteiro. Nunca tiro do nada, sempre tem alguma base (livro, programa de TV, filme, HQ...).
Faço os esboços à lápis e na mês de luz eu passo o bico de pena e nanquim, mais outras canetas. Depois de digitalizar as páginas eu aplico as retículas e os textos no photoshop e aí levo pra impressão. Geralmente todo o fanzineiro passa por este processo.
Armon: Você é um fanzineiro, ilustrador e roteirista. A carreira de quadrinhos e desenho no Brasil é meio complicada de se seguir. Porque a escolheu e o que te faz seguir em frente?
Paulo: Justamente porque todos os colegas que eu tinha na EBAC pararam de desenhar. E eu, por teimosia, continuei (risos)! Depois que eles entraram pra faculdade, largaram o desenho. Eu não fiz faculdade, a vida de estudante é muito chata (E eu nunca fui um aluno muito brilhante). E outros só não desenham por pura falta de vontade. Se eu fizesse o mesmo que eles, talvez tivesse uma vida muito sedentária. prefiro tentar, me arriscar, dá a cara a tapa (como diz o meu colega Nivaldo, roteirista e desenhista de "Kolumbus"). E o público me respeita por eu ser desenhista.
Armon: Quais são suas referências de artistas? Nacionais e internacionais.
Paulo: Aqui no brasil: Maurício de Sousa e sua equipe. Fora daqui: os mestres japoneses Osamu Tezuka e Akira Toriyama e o humorista argentino Quino, autor de "Mafalda".
Armon: O mercado de quadrinhos brasileiro tem crescido a passos de tartaruga, mas tem muita coisa boa já. Recomende para os leitores do Estúdio Armon alguns quadrinhos nacionais que valem a pena de ser lidos.
Paulo: Turma da Mônica Jovem, Chico Bento Moço (que eu não esperava ser tão bom...), revista Ação magazine (pena que sua publicação é anual, ou nem isso), MSP Graphic (que mostra o universo dos personagens de Maurício de Sousa de outro ângulo)
Paulo: No momento só estou vendendo em Prudente-SP, e em breve estes mesmos quadrinhos estarão disponíveis pra leitura online em meu blog e Facebook: a minissérie "Sing" e as tiras do "Dr Monstro", além do one-shot "O Herói Que Não salvou o Mundo".
Armon: Projetos futuros! Pode nos dizer o que vem pela frente?
Paulo: Vai sair uma websérie chamada "freelancer", sobre um desenhista autônomo tentando fazer carreira nesta difícil profissão (é praticamente uma autobiografia, (risos)). E estou finalizando "Aretha-A Viúva Maldita, um one-shot de 45 páginas que será impresso com alguns extras. Este , se tudo der certo, sai em 2014.
Fora isso, tem alguns projetos com colegas...
Armon: Para finalizar, deixe aquela mensagem de motivação para quem segue os seus passos para ter reconhecimento através de lápis e papel.
Paulo: Continuem desenhando, nunca parem. Só assim vocês vão conhecer os seus limites e só assim o público irá conhecer vocês. Um ótimo combustível pra desenhar é ler quadrinhos e assistir animações. E se arrisquem também, deem a cara a tapa, sempre que houver uma oportunidade pra mostrarem seus trabalhos, vão à luta!
Armon: Obrigado pela entrevista!
Paulo: Eu é que agradeço.
É isso aí, galera!
Espero que tenham curtido a entrevista! O Estúdio Armon estará juntamente com o Paulo Alberto no Haru Anime 2013, evento de Presidente Prudente que acontece nos dias 15 e 16 de novembro no Colégio São Paulo! Compareçam!
E se quiserem conhecer mais do trabalho do Paulo, acessem o blog: http://paulocomics.blogspot.com.br/
E eu vou ficando por aqui.
Até a próxima!
Ficou demais, Fábio!! Valeu!!
ResponderExcluirEu que agradeço a entrevista, cara! Foi massa!
ExcluirAté a próxima!